Um diploma hoje já não vale tanto quanto duas décadas atrás. E quase nada, comparado aos anos 1960. Mas nosso sistema de educação ainda insiste em transformá-lo na grande conquista para depois de anos e anos na escola. Qual a saída?
Um artigo do administrador de empresas Mathieu Le Roux, francês que vive no Brasil e autor do livro “80 homens para mudar o mundo”, levanta algumas pistas. A principal: mais que formação, o mercado quer avaliar produção própria.
Leia abaixo alguns trechos:
O diploma morreu… Viva o portfolio. Esta e outras reflexões sobre o que nos prepara de fato para a vida
O mundo vai valorizar cada vez menos diplomas e certificados e cada vez mais o que você, de fato, tem criado com o conhecimento adquirido, ou seja: seu portfolio. A adoção da internet pode ser comparada à invenção da imprensa. Com ela, Gutenberg nos ajudou a ter livros mais baratos e a construir mais bibliotecas que, na maioria das vezes, geraram Universidades ao redor delas. Tente imaginar o que a internet vai fazer para o nosso sistema educativo! A obsolescência do diploma já é a norma no universo da programação.
Minha convicção profunda é que o portfolio dá de goleada em diploma. Um diploma comprova sua inteligência, um portfolio sua imaginação. O modelo clássico de educação treina alunos a encontrar soluções de problemas que já foram resolvidos. O professor só desenha exames que ele consiga corrigir. E os corrige medindo a distância das respostas em relação a uma única norma de excelência. O melhor aluno é quem melhor replica (raramente inventa) uma maneira de resolver o problema em questão. Isso sempre me deixou perplexo. Tantos neurônios e energia sendo usados para encontrar coisas que já conhecíamos!
O diploma é um reconhecimento de que você conseguiu passar em exames elaborados por no máximo uma dezena de professores. É radicalmente diferente de um portfolio, em que não há limite de quantas pessoas acabarão julgando o seu trabalho. Para seu portfolio, o número de pessoas usando o software que você programou, assistindo à animação que você criou, ou lendo o blog que você escreveu torna-se o novo padrão de sucesso. Seguidores, curtidas e visualizações são o verdadeiro reconhecimento. E essas multidões são, também, mais espertas. Elas vão rastrear qualquer bug, erro, incoerência ou informação falsa bem mais rápido e impiedosamente do que o melhor dos seus professores faria.
Nosso modelo de educação é fordista, alunos são tratados em função de seu ano de fabricação e os mesmos conteúdos são empurrados a todos, na mesma ordem, sem distinção. O resultado disso é que escola lentamente apaga nosso lado criativo. Agora, se você já se interessou por artigos sobre Inteligência Artificial, deve ter entendido que ser bom em tarefas repetitivas não é o tipo de habilidades que você deseja para seus filhos.
Os únicos empregos que nunca serão preenchidos por máquinas são os que revelam a singularidade humana: nossa criatividade, nossa empatia com os outros. E, claro, nossa habilidade de fazer aquela pergunta que ninguém tinha formulado antes. A Inteligência Artificial pode estar chegando, mas a Imaginação Artificial ainda vai demorar muito. As ciências cognitivas têm provado o que sempre me pareceu óbvio: aprendemos brincando, aprender tem que ser um jogo.
Nós vivemos atualmente num mundo aberto, onde qualquer um pode publicar qualquer coisa. Então, para quem cria algo que valha a pena, nunca foi tão fácil virar notícia. Use as plataformas existentes! Crie um blog se quiser ser jornalista, poste no Instagram, Vimeo ou dribbble se você sonhar em virar artista, coloque sua música no Soundcloud, compartilhe seu código no Github, faça vídeos no YouTube se quiser ensinar, inscreva seu negócio no angel.co se quiser levantar fundos para sua startup… Nenhuma dessas plataformas garantem sucesso — certificados também não. A única diferença é que elas vão te deixar tentar, não importa quem você é (ou qual foi sua nota de matemática no colégio). Então preste atenção nas aulas, grude nos melhores professores, mas comece a criar alguma coisa que te anime — e mostre-a para o mundo!
Leia o artigo completo em: http://projetodraft.com/o-diploma-morreu-viva-o-portfolio-esta-e-outras-reflexoes-sobre-o-que-nos-prepara-de-fato-para-a-vida/
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É dessa forma que a MF Educacional deseja e espera alcançar o reconhecimento na área educacional.