Publicado na Folha de São Paulo, no dia 12 de maio: “A Finlândia, referência mundial em educação, tem repensado seu sistema de ensino em busca da ‘escola do futuro’. Helsinque, a capital, tem liderado algumas das principais transformações no modelo educacional do país. O intuito é absorver metodologias e práticas mais conectadas com o mundo atual. Fazem parte desse processo o rompimento com disciplinas isoladas, trabalho colaborativo entre alunos e professores e ensino a partir de projetos –com base em problemas desafiadores. Isso já está em curso por lá pelo menos desde 2015.”
Quando falo em educação, não acredito em receitas do tipo em tal pais faz assim e o resultado é excelente… portanto… o Brasil deve … Acredito que nossos professores, nesses países, também fariam um excelente trabalho, pois as condições oferecidas a esses profissionais e alunos interfeririam nos resultados.
Sabemos que o ser humano possui uma história construída – sua singularidade, a qual está intimamente relacionada com a cultura na qual está inserido. Por falar em ambiente favorável à aprendizagem, após a leitura desse artigo, compartilho como as práticas oferecidas nos contextos em que estou presenciando podem levar um grupo de pessoas (professores, alunos e pesquisadores) à construção coletiva do conhecimento. Isto não é para o futuro, está acontecendo aqui e agora.
Vou ao trecho do artigo: “(…) trabalho colaborativo entre alunos e professores e ensino a partir de projetos –com base em problemas desafiadores.” Destaco o termo trabalho colaborativo para dar evidências da atuação de profissionais em escolas, no Brasil, que neste momento, estão interagindo desta forma para a construção coletiva do conhecimento.
Há um ano, participo da formação de professores, não só como profissional específica da área como também como membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral (GEPEM), utilizando a plataforma chamada u.toronto. Nesse espaço, utilizamos várias estratégias que possibilitam tornar o nosso pensamento visível e aberto à construção por meio da colaboração, o que pressupõe um trabalho cooperativo.
Por exemplo: quando participamos de um estudo, a riqueza está em partilhar as nossas ideias iniciais e poder ler o registro dos colegas, assim como escutar um especialista e refletir por meio de evidencias o quanto o grupo avançou; consequentemente, cada um de nós também. E o melhor disso tudo é poder desenvolver e proporcionar, aqui mesmo no Brasil, a possibilidade de uma mudança de cultura em relação ao aprender. Por isso, quando li o artigo ( Gestora finlandesa visita São Paulo e dá receita de “escola do futuro”),não pude deixar de comentar com colegas: o quanto o GEPEM, com a orientação do professor Cesar Nunes, está proporcionando a algumas escolas da rede municipal de Campinas algo que era visto como “para o futuro”. Para nós esse “futuro” chegou.